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quinta-feira, 23 de outubro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Defensores Públicos de São Paulo retornam ao trabalho nesta segunda-feira
NOTA OFICIAL
Os Defensores Públicos do Estado de São Paulo decidiram em Assembléia Geral, no dia 17/10, por unanimidade, retornar aos trabalhos na próxima segunda-feira, dia 20.
A paralisação desta semana cumpriu os objetivos definidos na Assembléia do dia 13/10 de chamar a atenção do governo Estadual e da população para a situação dramática vivenciada pela Instituição, diante de sua precária e limitada estrutura e constante êxodo de profissionais diante da defasagem salarial.
Reafirmando a disposição dos defensores para o diálogo, retornaremos ao trabalho, aguardando uma resposta concreta do governo Estadual em relação aos dois anteprojetos de lei enviados pela Defensora Pública Geral no dia 11 de junho de 2008.
Os defensores e defensoras permanecem em estado de mobilização e farão uma Assembléia Geral no dia 07 de novembro.
Assembléia Geral Extraordinária
APADEP
Associação Paulista de Defensores Públicos
Reafirmando a disposição dos defensores para o diálogo, retornaremos ao trabalho, aguardando uma resposta concreta do governo Estadual em relação aos dois anteprojetos de lei enviados pela Defensora Pública Geral no dia 11 de junho de 2008.
Os defensores e defensoras permanecem em estado de mobilização e farão uma Assembléia Geral no dia 07 de novembro.
Assembléia Geral Extraordinária
APADEP
Associação Paulista de Defensores Públicos
"Sem defensoria, não há cidadania". Esse foi um dos gritos que mais contagiou os movimentos sociais e os defensores públicos na manifestação desta sexta-feira (17/10) na Avenida Paulista, centro de São Paulo.
Aproximadamente 600 pessoas participaram desde o início da manifestação, que teve concentração no vão livre do MASP por volta das 10hs e acabou de frente à Secretaria de Gestão Pública do Governo Estadual, na Rua Bela Cintra, por volta das 14hs.
O ato contou com a participação de diversas entidades e movimentos sociais. Dentres eles: União dos Movimentos de Moradia (UMM), Pastoral Carcerária, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Marcha Mundial das Mulheres, Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Intervozes, Movimento da População de Rua, Central de Movimentos Populares, Vila dos Idosos, Movimento Nacional de Direitos Humanos, Centro Santo Dias, Favela Pantanal, Comunidade Boqueirão, Instituto Alana, etc.
Os defensores públicos protocolaram um ofício resumindo os problemas da Instituição e pediram uma audiência com o Secretário de Gestão Pública, já que não foram recibidos na ocasião. Nem mesmo o Secretário-Adjunto quis receber uma comissão dos manifestantes. "Há quatro meses estamos tentando negociar mas a postura do Governo é de não dar satisfação", diz Givanildo Manoel, do Fórum Estadual dos Diretos da Criança e do Adolescente, presente ao ato.
A indignação dos movimentos populares durante a manifestação foi expressada tanto no microfone do carro de som quanto nas faixas e cartazes empunhados durante todo o trajeto. "Governo que não respeita a Defensoria, não respeita os direitos de sua população" e "Valorização já" eram alguns dos dizeres dos cartazes.
Já os gritos de frente à Secretaria de Gestão Pública foram mais incisivos como "Serra opressor, responde o defensor" ou "Sem orçamento, não há atendimento".
Ao final do ato, houve concordância com uma próxima reunião das entidades que compõem o "Movimento pelo Fortalecimento da Defensoria Pública" na próxima quinta-feira (23/10). Na próxima terça (21/10), haverá participação dos Defensores Públicos no Colégio de Líderes da Assembléia Legislativa de São Paulo.
A Assembléia Extraordinária Geral dos Defensores Públicos está ocorrendo neste momento e uma decisão sobre a paralisação deve ocorrer até as 17hs desta sexta-feira (17/10).
Instituto Brasileiro de Advocacia Pública diz que convênio com a OAB é inconstitucional
CARTA ABERTA EM APOIO AOS DEFENSORES PÚBLICOS BRASILEIROS
A Diretoria Nacional do Instituto Brasileiro de Advocacia Pública, por entender que a construção de uma Defensoria Pública democrática, forte e independente é absolutamente indispensável para a observância dos Direitos Humanos e do Estado de Direito no Brasil, diante de recentes ataques que referida instituição vem sofrendo, vem a público manifestar seu apoio integral aos Defensores Públicos de todo o país, nos seguintes moldes:
I - A Defensoria Pública, ao lado do Ministério Público e da Advocacia Pública em sentido estrito (Advocacia Geral da União e Procuradorias Gerais dos Estados e do Distrito Federal), constitui função essencial à Justiça, nos termos do art. 134, "caput", da Constituição Federal.
II - É inconstitucional a utilização de profissionais não concursados para os cargos de instituições que cumprem função essenciais à Justiça, seja mediante convênios, seja mediante contratações precárias ou por outras fórmulas de juridicidade duvidosa e que contrariam o princípio do concurso público específico, nos termos dos artigos 37, 127, § 2º, 131, § 2º, 132 e 134, § único, todos da Constituição Federal.
Aos advogados que ingressaram no serviço público sem concurso público posteriormente a 1º de fevereiro de 1987, data de instalação da Assembléia Nacional Constituinte, e ou que naquela data não desenvolviam assistência jurídica aos necessitados, é vedado o exercício de funções privativas de Defensores Públicos, por afronta ao art. 134 da Constituição Federal e aos arts. 18 e 22 do ADCT.
A mora constitucional na criação de Defensoria Pública não pode servir de pretexto para o descumprimento do disposto no art. 5º, LXXIV e do art. 22 do ADCT.
III - O princípio do contraditório e da ampla defesa da população carente exige a observância, em todas as Comarcas do país, de paridade numérica entre Promotores de Justiça e Defensores Públicos de Estado e entre Procuradores da República e Defensores Públicos da União.
IV - O oferecimento deficiente de orientação jurídica e de defesa, em todos os graus, dos necessitados, decorrente da não realização de concurso público para o cargo de Defensor Público ou da criação de cargos públicos em número insuficiente para observância desta paridade numérica constitui afronta aos arts. 5º, incisos LV e LXXIV e 134, da Constituição Federal. Constitui lesão aos direitos humanos da população carente a inobservância do princípio do contraditório e da ampla defesa pelo não oferecimento de orientação jurídica e de sua defesa por Defensor Público concursado.
V - Merecem repúdio, por falaciosas, perversas e cínicas, argumentações de que os vencimentos de um Defensor Público devem guardar compatibilidade com os salários da população carente beneficiária da assistência jurídica gratuita. Os vencimentos de um Promotor de Justiça chegam a ser até mais do que trinta vezes superiores do que a renda dos cidadãos que acusa em juízo, desigualdade social que necessita de urgente correção.
De igual sorte, os vencimentos do Promotor de Justiça em início de carreira são mais do que três vezes superiores aos do Defensor Público. A incoerência na fixação dos vencimentos dos membros de funções essenciais à justiça mostra-se evidente também quando tratamos da legitimidade ativa concorrente para a propositura de ações civis públicas pelo Ministério Público, pela Defensoria Pública e pelas pessoas de Direito Público representadas pelas instituições de Advocacia Pública.
No âmbito das funções essenciais à justiça, essa disparidade salarial causa o aviltamento moral dos membros das instituições menor remuneradas e grave prejuízo para a administração da Justiça.
A população necessitada tem direito aos serviços de assistência jurídica plena e gratuita prestados por Defensores Públicos remunerados condignamente, para que estes exerçam suas funções sem preocupações de natureza financeira que ao final os levem a procurar melhores condições de trabalho em outras instituições ou mesmo na iniciativa privada. A dignidade do advogado, público ou privado, não é modificada em razão da renda salarial de seu cliente.
VI - No Estado de São Paulo, cujo Poder Executivo por dezoito anos, esteve à margem da Ordem Constitucional, por não cumprir o dever de criar a Defensoria Pública em seu território, o número de Defensores Públicos Estaduais está muito distante de alcançar paridade com os membros do Ministério Público.
Nesse sentido, o IBAP alerta para a necessidade de imediata ampliação do número de cargos na instituição e de subsequente denúncia do convênio de assistência judiciária que mantém com a OAB-SP, por ser inconstitucional e lesivo ao erário.
VII - No Estado do Pará, o IBAP reitera seu apoio ao Exmo. Sr. Procurador-Geral do Estado do Pará, Dr. Ibraim Rocha, externado em moção enviada no mês de setembro, em razão de sua luta pela prevalência do postulado constitucional da moralidade administrativa em seu Estado, notadamente na adoção de relevantes medidas judiciais e extrajudiciais para que os quadros funcionais da Defensoria Pública daquele Estado sejam formados exclusivamente por Defensores Públicos regularmente admitidos em concurso público específico para o cargo, bem como pela exclusão dos quadros da Defensoria Pública do Estado do Pará dos denominados "defensores provisórios ou temporários", não-concursados, que ingressaram na Instituição posteriormente a 1990.
VIII - Finalmente, o IBAP alinha-se à postura coerente do Conselho Federal da OAB assumida na ADI 3700, onde alegou a inconstitucionalidade da Lei Estadual n. 8.742/2005, do Rio Grande do Norte, que previa a contratação de defensores públicos em caráter temporário, por ofensa ao artigo 134 da CF.
A decisão unânime do Plenário do Supremo Tribunal Federal, acolhendo os sólidos argumentos trazidos pelo autor de referida ADI, constitui demonstração inequívoca de que a luta pela dignidade institucional da Defensoria Pública guarda inteira harmonia com o ordenamento constitucional.
São Paulo, 16 de novembro de 2008
INSTITUTO BRASILEIRO DE ADVOCACIA PÚBLICA
Representado pelos diretores a seguir relacionados: Adriana Maurano (Procuradora do Município de São Paulo/SP. Conselheira Consultiva do IBAP); André da Silva Ordacgy (Defensor Público da União, Coordenador do IBAP na Região Sudeste); Cecy Thereza Cercal Kreutzer de Góes (Advogada do Instituto Ambiental do Paraná, Coordenadora do IBAP na Região Sul); Clério Rodrigues da Costa (Procurador do Estado/SP, Conselheiro Consultivo do IBAP); Élida Séguin (Defensora Pública/RJ, Diretora Geral da Escola Superior do IBAP), Guilherme José Purvin de Figueiredo (Procurador do Estado/SP, Presidente do IBAP); Jean Jacques Erenberg (Procurador do Estado/SP, Secretário Geral do IBAP), Lindamir Monteiro da Silva (Procuradora do Estado/SP, Coordenadora Financeira do IBAP); Luciane Martins de Araújo Mascarenhas (Advogada da CEF/GO, Conselheira Consultiva do IBAP); Luciane Moessa de Souza (Procuradora do BACEN/PR, Secretária Estadual do Núcleo do IBAP-PR); Luiz Henrique Antunes Alochio (Procurador do Município de Vitória-ES e Conselheiro Consultivo do IBAP); Márcia Dieguez Leuzinger (Procuradora do Estado do Paraná, Coordenadora do IBAP na Região Centro-Oeste), Marcos Ribeiro de Barros (Procurador do Estado/SP, Conselheiro Consultivo e Coordenador do Núcleo do IBAP-DF); Marise Costa de Souza Duarte (Procuradora do Município de Natal-RN e Coordenadora do IBAP na Região Nordeste); Pedro Dias de Araujo Jr. (Procurador do Estado/SE, Conselheiro Consultivo do IBAP); Tiago Fenstenseifer (Defensor Público Estadual/SP, Conselheiro Consultivo do IBAP); Wladimir Rodrigues Dias (Assessor Jurídico da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais e Secretário Estadual do Núcleo do IBAP-MG)
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Associação Nacional dos Defensores Públicos da União apóia paralisação
Nota de apoio da ANDPU aos Defensores Públicos de São Paulo
A Associação Nacional dos Defensores Públicos da União – ANDPU vem a público prestar sua integral solidariedade aos Defensores Públicos do Estado de São Paulo, que paralisaram suas atividades para chamarem a atenção da população local para o descaso do governo com a sua parcela mais pobre.
A Associação Nacional dos Defensores Públicos da União – ANDPU vem a público prestar sua integral solidariedade aos Defensores Públicos do Estado de São Paulo, que paralisaram suas atividades para chamarem a atenção da população local para o descaso do governo com a sua parcela mais pobre.
A estruturação da Defensoria Pública é um imperativo constitucional e todos os Estados da Federação e a União Federal, por seus poderes constituídos, precisam ter a consciência da real necessidade de voltarem a atenção, de uma vez por todas, à sua população carente, que se socorre da Defensoria Pública e dos defensores públicos para buscar muitas vezes o mínimo existencial, o reconhecimento dos seus direitos mais fundamentais.
O discurso que vem sendo utilizado de norte a sul do País para desviar a atenção dos menos atentos é no sentido da busca gradativa pela estruturação da Defensoria Pública, de que não é da noite para o dia que se constrói uma instituição. Todavia, basta uma rápida olhada para o passado para se verificar que não passa de mera retórica, pois migalhas vêm sendo concedidas à Defensoria Pública e, por conseqüência, à população carente brasileira nesses últimos vinte anos, desde a promulgação da Constituição Federal de 05/10/1988, período que revelou a omissão, o descaso e a constante postergação no tocante ao disposto nos arts. 5º, inciso LXXIV e 134 do seu texto:"O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos" - "A Defensoria Pública é instituição essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a orientação jurídica e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5ª, LXXIV."
Quando se verifica que 93% das comarcas de São Paulo não têm atendimento da Defensoria Pública por falta de estrutura e de membros da carreira, e que essa realidade se repete por todo o País, vê-se claramente que algo precisa ser feito com urgência, sob pena de se esvaziar e se ignorar a real intenção contida na acertada opção do poder constituinte originário ao criar a instituição e a respectiva carreira que a movimenta.
É preciso deixar claro que a paralisação das atividades da Defensoria Pública, onde quer que seja, não se dá, em hipótese alguma, para prejudicar aqueles para quem a instituição se dedica e que são a sua razão de existir, mas tão-somente para mostrar à sociedade brasileira que a construção de um País sério, justo e digno, que respeita seu povo, passa necessariamente pela efetivação da Defensoria Pública.
Até quando deixaremos esse tema adormecido, sendo tratado como uma sujeira incômoda que se empurra seguidamente para debaixo do tapete?
Haman Tabosa de Moraes e Córdova
Presidente da ANDPU.
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